Amor-Perfeito

"Eu me deito e durmo; acordo, porque o Senhor me sustenta" – Salmo 3: 5.

2 Crônicas 7: 15.

* 1mVersículo 1aVerdade *

“Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar” – 2 Cr. 7: 15.

Essas são palavras do Senhor, ditas diretamente a Salomão, filho de Davi, os dois reis de Israel, um depois do outro. Salomão havia dedicado o Templo, recém-construído, ao Senhor. O “lugar” do verso, portanto, era o Templo de Deus, em Jerusalém, em sua primeira versão. As orações feitas ali eram recebidas e levadas em conta pelo Senhor, conforme afirmação Dele mesmo. O Templo era uma edificação construída de acordo com os parâmetros dados por Deus. Nele havia um altar, onde os sacrifícios eram oferecidos. O Altar de Deus era peça importante do Templo, mas a parte central era o Santo dos Santos, no qual habitava o Espírito do Senhor, e se puxarmos nossa memória, lembraremos que apenas ao Sumo-Sacerdote era permitido estar nesse sagrado recinto, uma vez por ano, com propósitos específicos, e que ele era amarrado em uma corda, pois, se morresse lá dentro, não podia ser resgatado por pessoas: ele tinha de ser puxado pela corda. Quem lá entrasse, fora desse caso único, morria instantaneamente, segundo as Escrituras.  

Antes desse Templo, havia o Tabernáculo, que era um “templo itinerante”, e que podia ser frequentemente montado e desmontado durante as andanças dos Hebreus pelo deserto, pós-fuga do Egito. Séculos depois, com a preparação de Davi, Salomão construiu o Templo mencionado no verso, segundo consta, no Monte Moriá, o mesmo lugar onde Abraão teria oferecido seu filho Isaque em sacrifício a Deus. Bem mais tarde, esse Templo foi destruído por Nabucodonosor, rei da Babilônia. Adiante no tempo, o Segundo Templo foi reconstruído por Zorobabel, mas sem as mesmas riquezas e símbolos do Primeiro Templo. E permitia-se a adoração a Deus de pessoas que não professavam o Judaísmo, em local próprio. Cerca de quinhentos anos mais tarde, o Segundo Templo estava desgastado pelo tempo e por ataques de exércitos inimigos, e Herodes, querendo agradar os Judeus, O restaurou. Enfim, o chamado Templo de Herodes foi destruído em 70 D.C., pelos Romanos. Sobrou, nos nossos dias, como resquício desse Templo, apenas o Muro das Lamentações, que é o segundo local mais sagrado para os Judeus, contemporâneos (nossos).

Evidentemente o parágrafo acima é uma apertada síntese de milênios de História Bíblica e da Humanidade, pelo que peço desculpas por eventuais impropriedades. O interessante nesse pequeno resumo, pela minha ótica, é o “círculo da vida”, ou “ciclo”, criado por Deus Pai. Tudo começou com um “templo itinerante”; depois, passou-se a adorar a Deus em lugares fixos. Esses lugares foram destruídos e sobrou apenas uma pequena fração daquilo que era e é considerado sagrado. E hoje em dia? Onde se adora a Deus? Pois é, voltamos ao conceito de “templo itinerante”. Querem ver? É mais que bonito, é maravilhoso. O “Altar de Deus”, hoje em dia, não se concentra em um único lugar, mas está espalhado pelo Planeta, nos corações daqueles que amam ao Senhor, em Jesus. E dentro de nossos corpos mortais, existe um lugar específico, Santo, que só pode ser ocupado pelo Espírito Santo de Deus. O corpo é a “edificação”, itinerante e provisória; no coração fica o “Altar de Deus”, o centro de nossas vontades; e, por fim, na “edificação” (corpo humano), em “parte” não reconhecida, está o “Santo dos Santos”, que é o “Lugar Sagrado” no qual Deus habita em Espírito. Perfeito! Os símbolos e as analogias se complementam com perfeição!

E a Bíblia Sagrada nos ajuda a entender e compreender a coisa toda desse modo, porque os cristãos passaram a ser chamados, a partir do Novo testamento, de “Templos do Espírito Santo”, ou “Pedras Vivas”. Pedro, Apóstolo, deu declaração nesse sentido: vós também, como pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo1 Pedro 2: 5. Paulo, Apóstolo dos Gentios, foi mais enfático: Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?1 Coríntios 3: 16 (vide também 1 Coríntios 6: 19 e 20). E o Senhor Jesus Cristo, antes dessas declarações, asseverou: … Se alguém me amar, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará, e viremos para ele e nele faremos moradaJoão 14: 23. Assim, uma igreja vazia, sem gente, é só um prédio (Atos 7: 44 a 50). O Espírito de Deus está nas pessoas. Somos “Templos do Espírito Santo”, “itinerantes” e “provisórios”, guardados em Cristo Jesus para a Eternidade e para a incorruptibilidade (1 Coríntios 15: 51 a 58).

Se alguém ainda não é “Templo do Espírito Santo”, e quiser ser, fácil, eis a “receita”, pois: vontade, disponibilidade, sinceridade, fé (vale pedir fé também – Marcos 9: 24), entrega de si próprio a Deus, por Jesus, com um pedido (oração a Deus) de cerca de um minuto, do jeito de cada um. Para ajudar, Paulo, de novo: Mas que diz? A palavra está junto de ti; está na tua boca e no teu coração, isto é, a palavra da fé que pregamos. Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Pois com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvaçãoRomanos 10: 8 a 10. Simples assim! Daí por diante, como foi no passado com Salomão, por analogia Bíblica, o Senhor lhe dirá, depois dessa singela oração sua: “Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar”2 Crônicas 7: 15. Neste “lugar”: você!

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