Amor-Perfeito

"Eu me deito e durmo; acordo, porque o Senhor me sustenta" – Salmo 3: 5.

João 2: 21.

* 1mVersículo 1aVerdade *

“Mas ele falava do templo do seu corpo” – Jo. 2: 21.

Talvez, a única ocasião em que Jesus “perdeu a calma”. Certa feita, ao chegar ao Templo, Jesus se indignou com os vendedores e cambistas, que faziam da Casa de Deus um “mercado”. O zelo pelo Lugar Sagrado O consumia (João 2: 17), e consta nas Escrituras que Ele fez um chicote e derrubou as mesas dos cambistas, espalhando moedas, além de soltar animais como pombas e ovelhas, lançando-os todos, homens e animais, para fora do Templo, purificando-O. Evidente que no dia seguinte, ou até no mesmo dia, tudo deve ter voltado ao “normal”, bastando para tanto a ausência de Jesus. E essa atitude de Jesus irritou muitos Judeus. Então os judeus perguntaram: Que sinal miraculoso nos mostras para provar que tens autoridade para fazer isto. Respondeu-Lhes Jesus: Destruí este tempo, e em três dias o levantarei de novoJoão 2: 18 e 19. Os Judeus devem ter entendido que Jesus lhes propunha destruir o Templo e Ele em três dias o reergueria. Isso causou perplexidade nos Judeus, porque o Templo havia sido construído em quarenta e seis anos. Logo, como em três dias Ele O reconstruiria, na remota hipótese de os Judeus O botassem abaixo? Insano, esse Jesus, não? Sob a ótica dos Judeus, sim.

Sob a ótica de Deus, não. Jesus, de forma cifrada, é verdade, dizia aos Judeus que O matassem, e Ele ressurgiria em três dias, tal qual o Sinal de Jonas (Lucas 11: 29 a 32). Jesus os chamava de geração incrédula e maligna. E eles se ofendiam, ao invés de se converterem. Não entendiam o que Jesus queria lhes dizer, e Jesus falava por parábolas, na maioria das vezes. Este trecho Bíblico pode ser tido por uma “quase parábola”, visto que o Sinal de Jesus ainda estava por vir. Mas os Judeus o entenderam de forma literal: não “viram” o Mestre, mas olharam para o Templo. Convenhamos nós que era mesmo de difícil interpretação a fala de Jesus naquele momento. Jesus “entortava” o entendimento de Seus ouvintes, e nós, nesse episódio, já o entendemos melhor, visto que temos visão da história completa, com o desfecho da Paixão de Cristo, inclusive. Talvez os Judeus merecessem, nessa oportunidade, “um desconto” por parte do Senhor Jesus, visto que seus olhos estavam velados espiritualmente. Eles não tinham ideia das maravilhas que vivenciariam muito em breve, em suas vidas.

E a resposta e intenção de Jesus eram muito simples: “Mas ele falava do templo do seu corpo”João 2: 21, com uma enorme implicação a eles e a todas as gerações seguintes. Jesus lhes dizia, em suma, que era um “Santo dos Santos ambulante”, com o perdão da comparação, se alguém se ofender. Caso é que, no Templo, havia o Santo dos Santos, lugar inacessível, onde só o Sumo-Sacerdote, uma vez por ano, podia entrar, e respeitadas certas condições, visto que era o lugar onde habitava o Espírito de Deus. Para que tenhamos dimensão disso, consta que o Sumo-Sacerdote entrava no Santo dos Santos com uma corda amarrada em torno de sua cintura, porque se morresse Lá dentro, quem fosse lhe retirar, morreria também. Logo, Jesus estava dizendo aos Judeus que, no futuro (do ponto de vista deles), o Santo dos Santos seria o coração humano, e que eles (e nós) teriam o Espírito Santo de Deus em seus (nos nossos) corações. Quando Jesus fosse alçado ao Céu, depois de Sua ressurreição, Ele nos enviaria o Consolador, que nos consolaria e capacitaria. E essa é a parte mais linda desse ensino de Jesus: nossos corpos mortais passaram a abrigar o Espírito Santo de Deus.

Isso não é uma figura de linguagem, mas uma realidade. Há muitas referências Bíblicas sobre esse tema, a exemplo de Isaías 8: 13-14, João 14: 23, 1 Coríntios 3: 16 e 6: 19, dentre outras. Portanto, aquele que aceita a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, é selado pelo Espírito e recebe o penhor Dele (Efésios 1: 13 e 2 Coríntios 1: 21-22). Jesus sempre era/foi, pois, a representação máxima dessa bendita condição, visto que possuía em Si mesmo o Espírito Santo sem medida (João 3: 34). Nós, que Nele cremos, recebemos uma medida do Espírito Santo e, assim, nos tornamos templos do Espírito Santo de Deus (Jesus é Deus, e nós, criaturas de Deus, feitas à Sua semelhança – Gênesis 1: 26-27). Tal como o Tabernáculo dos Hebreus no deserto, que era um “Templo ambulante”. Aliás, outra excelente figura de linguagem ou parábola para nós, nos nossos dias, e que também era/foi realidade física. A história a partir do verso e de seu contexto é tão extraordinária, e nos traz tantas implicações, que é quase um “pecado” tentar escrever sobre a matéria num pequeno texto como este. Assim, oro a Deus, em Jesus, para que a reflexão de todos, a partir destas singelas linhas, possa ampliar o entendimento e abençoar cada leitor(a), aquecendo seus corações e almas.

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